
Luis Felipe Zenaro.
Coordenador da Capela Nossa Senhora de La Salette da Paróquia Nossa Senhora Auxiliadora.

Dayane Souza Silva Zenaro.
Tesoureira da Capela Nossa Senhora de La Salette da Paróquia Nossa Senhora Auxiliadora.
História da Comunidade Nossa Senhora de La Salette.
“Hoje tomo o céu e a terra como testemunho contra nós. Eu te propus a vida ou a morte, a benção, ou a maldição, escolhe pois, a vida, para que vivas tu e a tua descendência, amando a Jahweh teu Deus, obedecendo a sua voz e apegando-te a Ele, porque disto depende a tua vida e o prolongamento dos teus dias” (Dt. 30,19,20).
Com a abertura de novas fronteiras agrícolas e fronteira de pecuária, no Centro Oeste do Brasil, chegaram muitas famílias do Sul do pais para fixar suas moradas, adquirindo lotes de terra das companhias colonizadoras.
Nos anos de 1973 e 1974 começou a ocupação das terras adquiridas da Cooperativa de Colonização 31 de Março Ltda. É a mesma Cooperativa que vendeu os lotes do projeto Canarana I e do projeto Canarana II. As terras que estão sendo ocupados pertencem ao projeto Canarana III, localidade que hoje denominamos Distrito de Serra Dourada.
As terras da Serra Dourada foram desbravadas com muita rapidez. Os colonos proprietários dos lotes financiaram as máquinas necessárias para abrir as lavouras tirando o serrado. Maquinas para plantar e colher a produção. Inicialmente todos os agricultores plantavam arroz. As lavouras produziram muito arroz. Foram bons três anos, depois a terra fraca, sugada, produzia cada ano menos produto. O problema maior foi que a região praticava uma monocultura do arroz.
As maiorias dos plantadores de arroz, que possuíam um pouco de capital de giro, passaram a criar gado, transformando as lavouras em grandes pastagens.
A partir de 1980, a região começou a plantar soja, que aos poucos foi se tornando a fonte de renda para os proprietários das áreas de terras mecanizáveis.
Enquanto escrevemos um breve resumo da história da comunidade da Serra Dourada, lembramos que devemos incluir neste capítulo, parte da bela história da Padroeira e protetora da Comunidade Nossa Senhora da Salette.
Quando, contemplamos a paisagem e localização da Vila da Serra Dourada, faz-nos refletir em algo mais… Talvez algo sobre-natural. Talvez, algo místico… Ou alguma coisa parecida com 12 aldeias pobres de La Salette. Aldeias entre os penhascos, outras encima das montanhas dos Alpes Franceses na divisa com a Itália. Eram estas aldeias que formavam a força do pequeno município de La Salette.
Assim também vemos a Vila de Serra Dourada, no planalto da Serra do Roncador, rodeada de Vilas e Aldeias indígenas, moradores de diversos costumes e diferentes culturas.
Na aldeia Água Branca vivem índios da etnia Xavante. Na Vila da Matinha moram povos de inúmeras procedências como sertanejos, nordestinos, goianos e diversas famílias da região Sul do Brasil. Ao longo da Br 158 encontramos uma dezena de al-deias, também todas da etnia Xavante. Os índios Xavantes são umgrupo grande e numeroso da região, por motivo da grande área de terra que eles possuem ao longo da BR 158, desde o Rio Areões, se estendendo 40 Km adiante da Vila da Matinha.
Meditando um pouco em tudo isto que o espírito da nossa fé e o sentimento religioso, que trazemos do berço, faz nos pen-sar, nos inspira quando comparamos as doze aldeias pobres do município de La Salette. Umas aldeias entre os penhascos, outras aldeias encima das montanhas dos Alpes Franceses. Assim também é a Vida da Serra Dourada. Está no planalto da Serra do Roncador, entre diversas vilas e aldeias, estendendo-se além da
Vila da Matinha.
Maria Santíssima, Mãe de Jesus, apareceu para duas crianças pobres, em La Salette e agora é Padroeira da comunidade de Serra Dourada. Isto significa que a Mãe de Jesus quer estar conosco e com os mais necessitados. Ela está presente entre nós como padroeira e protetora com o titulo de Nossa Senhora de La Salette. Maria Santíssima nos pede participação na comunidade, nos cultos e Missas. Também nas pastorais da comunidade.
A pequena cidade de La Salette, de mais ou menos uma população de seiscentas famílias de pequenos agricultores, tinham pouca terra que podiam plantar. Estas seiscentas famílias viviam com quase nada. A maioria da população de La Salette passavam fome. As famílias viviam doentes por causa da má alimentação.
A pouca terra que estes agricultores possuíam era fraca im-produtiva. Esta era a causa da pouca alimentação para o povo de La Salette.
Ainda o pior, as pessoas não eram solidárias umas com as outras, eram individualistas, cada uma para si, como já mencionamos a pouco. Vamos repetir, não havia solidariedade entre eles, muito menos havia misericórdia e amor.
A visão do mundo pra estas pessoas, era pequena e curta. Não viam um palmo além do seus narizes. Não olhavam e nem viam a sua frente, por isso não se interessavam em religião.
Só algumas mulheres idosas e doentes participavam da Santa Missa aos domingos. Estas mulheres guardavam as tradições e os ensinamentos da religião dos seus antepassados. A maioria dos homens dos vales e das montanhas se desabafavam nos bares. E a esta gente rude, pobre e abandonada como “ovelhas sem pastor”‘, que a Mãe do Céu falou de esperança e vida.
Deus é bondoso. Ele faz acontecer coisas maravilhosas do nada, da pobreza das pessoas das montanhas e dos vales, que Ma-ria, Mãe do céu veio visitar e falar das maravilhas do seu filho Jesus. Eram duas crianças pobres: Maximinio Giroud de 11 anos e Melania Galvat que tinha 13 anos. O pai de Maximinio era Mister Giraud, construtor de carroças na vila de Corps. Mister Giraud achava que não precisava de Deus, por isso não ia na igreja há muitos anos. Mister Giraud perdeu sua primeira mulher, a mãe de Maximinio. Casou-se novamente, mas o casal não deu certo. Maximinio se torna um menino abandonado a sua própria sorte. Abandonou a escola e a catequese. Andava de cá pra lá a maioria do tempo. Cuidava de uma cabra. Maximinio, distraído, um dia acaba deixando a cabra se enfocar.
Pedro Selme, agricultor da aldeia de Ablandins, pediu a Mister Giraud, que Maximinio fosse trabalhar com ele uma se-mana. Giraud disse a Maximiniano que fosse com Pierre Selme.
Quando Maximino chegou a aldeia de Ablandins já era noite, jantou e foi dormir.
Levantou cedo de manha. Pedro Selme já tinha preparado a refeição da manhã. Enquanto Maximinio comia, Pedro Selme disse ao menino Maximinio que ele fosse junto da sua pastora Melânia cuidar das vacas durante o dia.
Se fez um dia muito claro e sem nuvens. Quando Maximi-nio vê a menina tocando as vacas ele saudou a pastora e disse: vou junto te ajudar pastorear as vacas. Pierre Selme me contratou para uma semana de serviço.
O serviço de Melânia era cuidar das poucas vacas. Ela não freqüen-tava escola, nem catequese e nem foi admitida à primeira comunhão.
Maximinio e Melânia não se conheciam, mesmo que os dois nasceram e viveram na aldeia de Corps. Só do dia 18 de setembro se conheceram, quando bem cedinho de manhã, sobem a montanha para pastorear, cada um seu grupo de vacas.
Os dois adolescentes ficaram a uma certa distância um do outro. Melânia era uma menina muito tímida. Maximinio era experto e conversador, procurava estabelecer uma amizade. A amizade se estabeleceu com facilidade porque os dois eram naturais da mesma aldeia de Corps.
Agora os dois são amigos, combinavam subir a montanha com as vacas, no outro dia que era o dia 19 de setembro de 1846.
Na parte da manhã, nada de extraordinário aconteceu, as vacas pastavam muito tranquilas. Após o meio dia levam as vacas a beber na fonte de água para animais. Quando as vacas beberam, foram levadas a uma sombra, era o local onde as vacas descan-savam. As vacas descansavam e as crianças fazem a sua refeição. Após a refeição elas subiram na colina para descansar. Meio hora depois os dois foram ver as vacas. Não foram muito longe viram as vacas pastando atrás da colina.
Mêlania desceu a colina para buscar as mochilas que ficaram em cima da pedra. Quando chegou perto da pedra Mêlania parou e gritou: Maximinio, venha depressa para ver uma grande claridade. Lá bem pertinho onde haviam descansado, os dois enxergaram uma bola de fogo parecendo que o sol tivesse caído lá. As crianças se aproximaram uma da outra sentindo medo.
Maximinio sempre corajoso diz: Melânia segure o seu bastão e eu seguro o meu, se esta coisa nos atacar lhe darei uma boa
paulada.
As crianças nem se mechem e ficam olhado atentamente a bola de fogo que gira e aumenta de tamanho. Olhando enxergam uma mulher dentro da bola. A mulher estava sentada chorando.
Maximinio mais tarde disse:
“Logo que vi esta mulher chorando pensei que era uma mãe de alguma aldeia de La Salette mal tratada pelos filhos ou marido, refugiada nas montanhas”.
Maximinio queria pedir a Nossa Senhora porque estava chorando:
Maximino de emoção só pode dizer: Não chores mais, nós te ajudaremos.
Todos nós que lemos esta história, perguntamos porque Maria a Mãe de Jesus foi vista chorando em Salette?
Com suas lágrimas e choro, Maria da Salette nos mostra o quanto ela nos ama e ama toda a humanidade.
A Mãe do Céu diz as crianças, Maximinio e Mêlania:
“Sou encarregada de rezar, interceder por vocês todos”.
“Há muito tempo que me preocupo por vós”.
Maria a Mãe de Deus deixou-nos claro que ela chora, reza, intercede e se preocupa por seu povo. Ela quer que o povo assume os compromissos do seu batismo.
A mãe de Deus nos pede em Salette para nos converter, reconciliar com Deus e o nosso próximo. “Optar pela vida”.
A doce mãe celeste, com o todo seu amor, nos pede para rezar mais, participar mais da Santa Missa, principalmente aos domingos, frequentar mais a Eucaristia.
Maria, a virgem de La Salette, veio nos dizer no dia 19 de setembro de 1846, que ela é a nossa Mãe reconciliadora.